Projeto Diálogos com a Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte


Relatório do “Projeto Diálogos” com a Cáritas Limoeiro do Norte

Encontro ocorrido em 16 de maio de 2022.



Dentro do Projeto Diálogos, o PET História e a Comissão de Extensão do Departamento de História, receberam, em 16 de maio de 2022, a Cáritas Diocesana de Limoeiro do Norte, representada pelo Padre Júnior Aquino. 

A conversa foi iniciada partindo do que é o Projeto Diálogos, colocado como um processo de escuta aos movimentos sociais como representações da sociedade civil para futura elaboração de projetos de extensão tanto para o PET quanto para a graduação em História da UFC de modo geral, o que foi seguido de uma explicação sobre o que é a Cáritas, apontada como um organismo da Igreja Católica que atua em questões sociais, e como dito pelo Padre Júnior, uma organização que muda seus modos e atuações de acordo com a dinâmica da região onde está sediada. 

A CDLN atua, portanto, em situações emergenciais, projetos socioeconômicos, educação popular com foco nos camponeses, catadores e demais trabalhadores e pessoas pobres marginalizadas. 

Foi feita uma larga apresentação sobre a região de Baixo e Médio Jaguaribe, sendo ressaltado o modo pelo qual, por conta de seu potencial econômico em virtude de suas qualidades naturais, surgem uma série de dinâmicas e conflitos sociais históricos: algodão, gado, carcinicultura, eólicas, energia solar, agronegócio. Conflitos sociais esses, que na abordagem da nossa conversa, ficaram focados principalmente na disparidade social e nos danos ambientais causados pela monocultura na região, que tem seu contraponto na produção familiar. 

A CDLN atua de forma sistemática em Potiretama (foco nas comunidades camponesas com a economia popular e tecnologias sociais - casas de sementes, quintais produtivos, cisternas de placa, bioágua, biodigestores), Tabuleiro do Norte (produção e comercialização de gêneros alimentícios e defesa do território e mobilização social) e Limoeiro do Norte (trabalho com catadores - organização dos trabalhadores, demandas emergenciais, bolsa catadora). 

Em um segundo momento de nossa reunião, o representante da Cáritas foi perguntado sobre quais demandas encaixáveis no projeto o movimento tinha, e em resposta a isso foi destacado o papel que a academia tem na mudança, na manutenção ou na derrocada do mundo em que vivemos, o que nos deu alguns espaços de trabalho: 

1. Análise dos processos de luta e resistência em Uiraponga (Morada Nova), principalmente em torno da Missa das Águas e das disputas pela água (ideia de que o “Espírito Santo abriu as comportas”); 

2. Produção de um diagnóstico qualificado construído a partir da oralidade (entrevistas com apicultores na região de Tabuleiro) e dos dados levantados pela CDLN sobre o tema da apicultura familiar em conflito com os interesses do agronegócio no Vale do Jaguaribe. Objetivo de sistematização para produção de pauta em serviço às lutas e construção de identidade de “modos de vida e saberes populares que estão se acabando”. E aqui, foi colocada uma possível parceria com a Escola Familiar Agrícola Zé Maria do Tomé, que atua na mesma região; 

3. Foi ligeiramente pensado, mas ficou em aberto uma ideia sobre a relação que as populações catadoras tem com os lixões de onde tiram sustento. 

4. Trabalho com as mídias, meios de comunicação etc.

5. Trabalho com as memórias das comunidades que foram impactadas pelos projetos de “des”envolvimento na região para fortalecimento dos vínculos afetivos, identidades e defesa dos territórios.


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